Uma nova pesquisa feita pela Brookings fez um mais recente mapeamento de quais empregos realmente têm sido afetados pela inteligência artificial. Como método, os pesquisadores conferiram patentes relacionadas a IA e descrições de vagas de emprego para entender quais são realmente os perigos da automação e quais são as pessoas que mais deveriam se preocupar com relação aos seus atuais cargos e proficiências.
Segundo a pesquisa, profissionais com melhores salários e trabalhadores de fábrica estão mais suscetíveis ao impacto da tecnologia. Curiosamente, porém, esses mesmos grupos foram os que menos sofreram com as anteriores ondas de inovação tecnológica. Como aponta o gráfico abaixo, são principalmente os administradores com bons salários, supervisores e analistas que poderão sofrer com essa nova onda de desenvolvimento e absorção da inteligência artificial nas indústrias. No entanto, outro achado feito pelos pesquisadores é que a inteligência artificial dificilmente irá afetar os profissionais que trabalham com serviços e que ganham menos.
Ainda assim, em 2017, já era possível de se observar nos Estados Unidos o impacto da inteligência artificial em praticamente todos os setores da economia: desde a agricultura até a engenharia, transportes e educação. No que diz respeito ao demográfico dos trabalhadores, a pesquisa identificou que trabalhadores entre 25 e 54 anos, homens, brancos e asiáticos, serão os mais afetados pela IA nos EUA, enquanto que mulheres com envolvimento em educação, saúde e serviços pessoais continuam longe do perigo de automação de suas funções. Já do ponto de vista racial, foi demonstrado pela pesquisa que os negros sofrerão o menor impacto de exposição à inteligência artificial.
De fato, cidades maiores e com maior concentração de iniciativas tecnológicas serão as primeiras a passarem por essa transição e por expor seus habitantes a essas mudanças, no entanto, à velocidade com que a tecnologia se desenvolve e se dissipa, é possível que o tempo de distribuição dessas inovações em locais distantes dos centros urbanos seja muito menor do que observamos ao longo das últimas décadas. Isso tem a ver com a própria noção da tecnologia exponencial em seu sentido de desenvolvimento, mas também no barateamento e aí a adoção mais generalizada.
Nesse sentido, apesar de existirem diferentes produtos de androides humanoides realizando tarefas como cuidadores de idosos ou professores, é possível que esse tipo de absorção no mercado ainda demore a ocorrer. Talvez precisássemos antes nos acostumar à presença dessas vidas sintéticas ao nosso cotidiano para depois absorvê-las como trabalhadoras atuando em serviços e em cuidado humano? Difícil dizer, mas, no caso da indústria erótica, a produção de androides com finalidade sexual está cada vez mais em alta. Talvez seja esse o ponto de entrada ou a virada de chave para decidirmos se, afinal, queremos um futuro povoado por máquinas humanoides ou não.